Selecção Nacional na máxima força joga pela qualificação diante do Madagáscar
Redigido por joaodesouzadubai on 07/09/2023
A ambição do povo volta a estar na ponta das chuteiras dos Palancas Negras, quando pisarem, hoje às 17h00, o relvado do Estádio Nacional Tundavala, no Lubango, para a cartada decisiva, frente ao Madagáscar, na corrida à fase final do Campeonato Africano da
O recinto abençoado por Cristo Rei, grande ícone de fé da capital huilana, a par da capela da Senhora do Monte, parece reforçar a confiança da Selecção Nacional de Honras de futebol, na missão de garantir o regresso do país à maior montra da modalidade no continente, depois da ausência registada na última edição, disputada no ano passado, nos Camarões.
Às ordens do português Pedro Gonçalves, cujo desígnio passa por emendar a mão, face ao fracasso da campanha anterior, a equipa de todos os angolanos, o “amor bandido”, praguejado a cada tropeço, mas sempre acolhido com fervor e paixão, quando volta a competir, entra em campo amparada por uma gigantesca corrente de união, pela ambição patriótica de ver hasteada a bandeira nacional e ouvir entoado o “Angola Avante”, a nossa primeira canção amorosa, nos estádios ivoirienses.
Por isso, apenas as energias positivas são arregimentadas, com vista ao sucesso do país na exigente e difícil tarefa de suplantar, em casa, os malgaxes. Por uma hora e meia, somos chamados a suspender tudo e pensar apenas nos Palancas Negras para, no final da última jornada do Grupo E de qualificação, festejarmos todos a presença no CAN.
A vitória, num palco talismã do futebol nacional, a julgar pelas recentes experiências do 1º de Agosto e da Académica do Lobito, nas Afrotaças de clubes, é a meta, apesar de o empate também servir. No entanto, de modo a não sermos obrigados a fazer contas de somar e subtrair, com o desempenho de terceiros, o melhor mesmo será arrumar a discussão através da conquista dos três pontos, deixando assim o Ghana e a República Centro Africana obrigados a jogar sem hipótese de executar qualquer golpe teatral, mediante eventual acordo.
Na segunda posição, oito pontos, Angola chancela o passaporte para a Côte d´Ivoire, sem precisar ganhar por uma margem gorda. Bastará qualquer triunfo magro, quando o empate apenas servirá, se o desfecho do frente-a-frente entre ghanenses, líderes do grupo, nove pontos, e centro-africanos, terceiros, sete, for o triunfo dos donos da casa ou a igualdade.
Uma pouca expectável vitória da República Centro Africana, em Kumasi, reduto “sagrado” das Estrelas Negras, pode representar frustração para os Palancas Negras, caso façam contas com os serviços mínimos, na perspectiva do empate. Deste modo, a ordem é partir em busca da felicidade, fazendo contas somente com os três pontos no “bornal”.
Ponto de partida
Quando em 13 Junho de 2015, o angolano Romeu Filemon assumiu o desafio de lançar Gelson Dala, jovem jogador em afirmação no 1º de Agosto, como titular e principal referência no ataque da Selecção Nacional, começava a ser escrita uma nova era no futebol angolano, depois do longo período de domínio de Akwá e a fase gloriosa de Manucho Gonçalves.
O Estádio Tundavala guarda uma história feliz do novo goleador, ao serviço do combinado nacional. A estreia de Gelson, num sá-bado de cacimbo, frente à RCA, começou a ser escrita aos 35 minutos, quando abriu o marcador. As dúvidas estavam todas dissipadas, pois o avançado também conhecia o caminho da baliza, fora do ambiente protector dos militares do Rio Seco.
Mas o artista da finta fácil, do passe açucarado e do remate adornado tinha outros números a exibir naquela tarde demolidora da equipa orientada por Filemon, dado que aos 54 minutos sofreu a falta do penalti convertido em golo por Dolly Menga. Antes do capitão Gilberto Amaral dar expressão final, aos 89 minutos, à goleada (4-0), Gelson fez o 2-0, à passagem da hora de jogo.
Hoje, no regresso aos Palancas Negras, após o jogo de suspensão, por acumulação de amarelos, o avançado é a grande esperança no ataque, numa tarde na qual Angola estará toda reunida no Tundavala, para a conquista de um objectivo comum: a presença do país na maior cimeira futebolística de África.
CONFIANÇA NO GRUPO
Atletas e corpo técnico convictos no apuramento
Jogadores e equipa técnica da Selecção Nacional comungam do mesmo pensamento, vencer o Madagáscar e garantir a qualificação para o CAN da Côte d’Ivoire.
Mabululu, avançado do Al-Ittihad do Egipto, realça o espírito que reina no grupo de jogadores na véspera do desafio com os malgaxes, para que o combinado angolano garanta o apuramento. O fogoso atacante diz viver um dos melhores momentos da carreira.
“Graças a Deus, estou a vivenciar uma das melhores fases da carreira. Darei o melhor de mim, com a finalidade de ajudar o país a se qualificar. Se fizer parte da equipa inicial, prometo fazer golos na Selecção Nacional”, augurou.
Hélder Costa, atacante do Leeds United de Inglaterra, reconheceu ser um jogo muito importante para as aspirações do conjunto angolano.
“Particularmente é um jogo especial para mim, porque nasci na província do Namibe. É a primeira vez a jogar fora de Luanda. Por isso, espero que os adeptos compareçam em massa para apoiar a equipa nacional”, apelou o jogador.
Gelson Dala, avançado do Al-Wakrah do Qatar, espera facturar no Tundavala, à semelhança do desafio com a República Centro-Africana, apesar de prever um jogo complicado.
“Sabemos que é um jogo importante para nós. Estamos todos concentrados e focados para esse jogo. É um Estádio que bem conheço e tenho boas memórias. Espero repetir a proeza do jogo passado com a RCA”, frisou, apelando pela presença massiva dos adeptos do futebol angolano, no Estádio Tundavala.
“Esperamos que o público compareça em massa e puxe a Selecção Nacional. O jogo reveste-se de importância capital para os Palancas Negras”, defendeu o avançado ao serviço do Al-Wakrah do Qatar.
Gilberto, por sua vez, espera que os adeptos lotem o Estádio Tundavala: “Por se tratar de um jogo de capital importância, o apoio do público é fundamental, para o alcance do objectivo primordial”.